segunda-feira, 6 de junho de 2016

Sanduela de Mortandiche com Coquerante de Refricola*


Sanduela de Mortandiche com Coquerante de Refricola*
PDF 397

*Trabalho  apresentado no Sarauterapia do CRO/RN
junho/2015





1 AGRADECIMENTOS

A praxe ética e protocolar estabelece que se inicie um trabalho com os agradecimentos. Portanto, dou início ao trabalho, com os meus agradecimentos à Rubens de Azevedo, presidente da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores, quem sugeriu e me convidou; quem abriu este espaço para apresentação de um tema que venho desenvolvendo, do qual, já tomou conhecimento, por textos escritos e publicados, que lhe apresentei.  Um espaço aberto no evento Sarauterapia que acontece nas dependências do CRO/RN – Conselho Regional de Odontologia – Seção RN. Espaço que se faz representado pelo mesmo Dr. Rubens, que compõe esta casa, uma entidade de representação da classe de profissionais da área de odontologia, a sua classe. 

E além de ter atividades de profissional de medicina dentaria, o Dr. Rubens dirige o referido evento sarauteraopia, que entende ser mais que um sarau chegando a ser uma terapia. Rubens Azevedo participa também como membro e diretoria da ANRO - Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia. Figura reconhecida e estimada pela SPVA/RN – Sociedade de Poetas Vivos e Afins do RN que teve como local, em data recente, cerimonial de posse da nova diretoria, as instalações da ANRO, reconhecendo, respaldando e empossado o novo corpo diretório da SPVA/RN. 

Meus agradecimentos ao conterrâneo da gema que hoje se diz um potyoca, um carioca estabelecido em terras potyguares. Quem sabe as semelhanças entre os Rios, o de Janeiro e o Potengi, lhe fizeram lembrar um ao outro, tal como os portugueses que ao partirem da esquina do rio Tejo com o mar, procuraram estabelecer outras esquinas com grandes rios, um no Norte e outro no Sul, do pais. O sol do mês de Janeiro, no dia de São Sebastião lhes criou uma confusão; os fez confundir a foz de um rio com a entrada de uma baia, que não era um rio e tinha uma ilha lá do fundo, habitada por índios, a ilha de Maracajá. E um dia essa ilha veio a pertencer a um governador. A Ilha que hoje liga o Rio de Janeiro (GIG) à Natal (NAT), por avião.


2 APRESENTAÇÃO

O tema a ser apresentado faz parte de uma linha reconhecida de saberes na academia, o conhecimento. Um conhecimento ainda não reconhecido por aqueles que dominam a academia. Pois não é o conhecimento contido e restrito a escolas, faculdades e universidades. Mas um conhecimento contido e colhido nas ruas. O mesmo lugar onde as academias colhem um conhecimento e se apropriam como seus. Filósofos antigos levavam seus alunos pelas ruas, para observar, o céu, as nuvens, as pessoas e a paisagem. Construíram assim um conhecimento.
                                                          
O homem é um ser nômade e foi caminhando que adquiriu conhecimentos. Criou meios de locomoção, com tração animal, motorizou seus veículos, movidos a cavalo, e continuou a evoluir seus conhecimentos.

Um tema que uso o nome de Komunikologia. Um termo cunhado por Vilém Flusser, onde e quando ele imaginava, que todos os conhecimentos pudessem estar contidos em um só tema que ele denominou como Kommunikologie, uma “comunicologia” dedicada ao campo simbólico do homem (E. Felinto e L. Santaella. Paulus, 2012). 

E se os profissionais criam linguagens e símbolos para seus nichos profissionais, seus mercados e suas profissões, o homem cria símbolos para si mesmo. Símbolos que permitam sua sobrevivência em sociedades diferentes. Cada grupo cria padrões de comportamentos e conhecimentos que Bourdieu denomina como habitus. E o homem construiu seus hábitos globais, universais.

Um tema nada poético, mas pode-se construir historias com ele. Embora um sarau possa não ser visto como um espaço para apresentação de um tema como este. Foi em outros tempos que em saraus se produziu e transferiu-se um conhecimento. Das rodas noturnas de prosa em volta da fogueira contando os causos e fatos do dia, a reunião entrou para as casas da alta sociedade onde lhe deram o nome de sarau. Com rodas de poesia e cantoria o conhecimento foi expandido.

Temos como maior exemplo os saraus que aconteciam na casa dos pais de Câmara Cascudo. E desde a sua infância observando cenários e preparações, começou a construir o seu conhecimento. 

O título do trabalho “sanduela de mortandiche com coquerante de refricola”, aqui apresentado, pode ser confuso e intrigante, mas tem como objetivo mostrar o quanto tudo pode se misturar. Saberes e sabores estão em tudo e misturados em tudo.


3 SANDUICHE DE MORTADELA COM REFRIGERANTE ...

RECEITA: Um sanduiche de mortadela italiana confeccionado com um pão francês quentinho, da padaria de um português, que fica muito bem acompanhado com um refrigerante de origem americana, feito a partir de vegetais africanos, adoçado com açúcar de cana caiena, ou adoçantes industrializados, criados pelos conhecimentos da ciência, pesquisas e estudos sem fronteiras. 

MODO DE SERVIR: refrigerante acrescido de gelo, hoje encontrado facilmente em uma residência, com recursos tecnológicos. Enquanto que em outros séculos, já foi importado dos polos terrestres, ou de geleiras mais próximas. Ao refrigerante com gelo acrescenta-se uma fatia de limão, podendo ser de variedades diversas: do tipo galego, cravo, verdadeiro ou mesmo do tipo Taiti. O sanduiche vai bem também com cerveja alemã, ou vinho chileno. Servir em louça chinesa ou copo americano, fica à gosto do freguês, agora estilizado como comensal. Com uma gourmetização, pode-se acrescentar caviar russo e saborear com vodca polonesa.

Natal foi a primeira cidade brasileira a conhecer o refrigerante sabor cola, a primeira cidade a usar goma de mascar, e a primeira cidade a usar óculos estilo Ray Ban, os óculos usados por pilotos. Tudo isto a partir da influência americana, com a sua presença em Parnamirim Feeld.


4 SABERES E SABORES

O sanduiche foi globalizado e ganhou outros recheios, com uma diversidade de pães. A primeira modalidade surgiu na residência de Lord Sanduiche, onde ele e seus amigos passavam horas e horas jogando. Para não perder tempo se ausentando do jogo, o Lord pedia porções de carne e pão, fazendo uma montagem na mesma mesa em que jogavam. Surge assim uma modalidade de alimentação que ganhou o nome de sanduiche. Uma solução rápida, para recheios e combinações diversas, a partir de duas fatias de pão.

Na pressa das cidades modernas os bares passaram a vender sanduiches, e foram criadas lanchonetes com esta especialidade de refeição que ganhou o nome de fast food. Uma comida rápida para quem tem pressa. O fast food conquistou clientes e ganhou nomes multinacionais. Agora vem saindo de dentro de lanchonetes fechadas, e ocupando as ruas em pequenos veículos com mobilidade própria, recebendo agora o nome de food truck, uma modalidade internacional, que substituem as carrocinhas. 

Saberes e Sabores, estão sempre relacionados. Pão com queijo e presunto já foi uma modalidade muito conhecida de sanduiche, servido frio ou quente. Queijo e presunto produtos produzidos a partir de pequenas criações. Os queijos contam a história da França. Com a modalidades fast food, o hambúrguer e cheeseburguer são modalidades simples de sanduiches conhecidas no mundo todo. 
Uma invasão de um pais pode começar pela mesa e pela cozinha, itens básicos de uma cultura. A cultura de um local, uma região, ou de um pais se destaca e se diferencia de outro pela culinária, seus temperos e seus ingredientes. Pode começar pelo recrutamento de jovens com uma cultura, composta de alimentação, com música, e diversão. 

A regionalidade pode assumir uma cultura de alimentação mascarando por conceitos regionais como X-Burger, X-Salada e X-Tudo, uma adaptação ao linguajar locar. A tapioca ganha novos sabores por uma gourmetização. O ingrediente básico do cardápio indígena abre-se a novos sabores, esquecendo a ginga.


5 GLOBALIZAÇÃO

Vivemos hoje a era da informação com o fenômeno denominado globalização. Alguns historiadores estabelecem o início da globalização com a realização das grandes navegações, onde navegadores europeus supostamente descobriram novos continentes. Descobriram continentes que já eram ocupados. Implantaram sua cultura a partir de suas necessidades. Tinham necessidade de monoculturas, trouxeram a cana de açúcar. Hoje tem a necessidade de água e de frutas, implantaram o agronegócio, com pomares e transposições de rios.

E como os ocupantes dos novos continentes não possuíam uma escrita, seus conhecimentos não foram perpetuados. Os habitantes da América transferiam seus conhecimentos pela forma oral ou verbal, de pai para filho, de geração para geração. Falando e realizando seus conhecimentos e suas tarefas, com verbos e gestos. Enquanto que o europeu já dominava uma escrita. A carta de Pero Vaz de Caminha descreveu um momento e um nascimento.

Algum tempo mais tarde foram descobertas inscrições em rochas onde os nativos da terra colocavam informações e conhecimentos. E na Europa logo depois dos descobrimentos marítimos foi inventada a imprensa, facilitando a divulgação do conhecimento. O que era verbo tornou-se a escrita, para perpetuar na história.

Os moradores de um velho continente que passou a ser chamado de Velho Mundo, ao descobrirem um Novo Mundo. Continuam sendo e tendo os antigos conhecimentos, tem a possibilidade de estar sempre à frente. Só repassam aquilo que se tornou obsoleto. O menino rico que doa seu velho brinquedo a uma criança pobre.

Descobriram a América, estabelecendo suas colônias. Descobriram novas terras e usaram seus conhecimentos para explorar recursos minerais, cobrindo suas vaidades e necessidades. Com a desculpa de chegar as Índias onde poderiam obter temperos que poderiam diferencia-los uns dou outros, descobriram que poderiam obter ouro, prata e pedras preciosas.

Cristovam Colombo, um navegador italiano saiu da Espanha, com três caravelas em direção ao lado Oeste, para provar que a Terra era redonda. Enquanto Pedro Alvares Cabral, navegador português saiu para fazer o contorno do continente africano e chegar as índias. Os nomes das caravelas que compunham a esquadra de Cabral ficaram perdidos na história. 

Alguns anos antes do descobrimento do Brasil o mundo das novas descobertas já estava dividido em duas partes entre Portugal e Espanha pelo Tratado de Tordesilhas (1494). Colombo descobriu a América (1492), enquanto Cabral descobriu o Brasil (1500). Antes do Brasil se ocupado o mundo já estava dividido. A América tornou-se independente e o Brasil tornou-se independente de Portugal, depois. 

A América do Norte ficou dividida linguisticamente entre a França (Canadá), a Inglaterra (EUA) e a Espanha (México). Na américa Central prevaleceu o idioma espanhol, em inúmeros pequenos países. Enquanto que na América do Sul predominou no lado Oeste banhado pelo Pacifico o idioma espanhol, do lado Leste banhado pelo Atlântico ficou dividido entre português no Brasil e espanhol na Argentina e Uruguai. Os países não banhados pelo Atlântico ou Pacifico ficou estabelecido o idioma espanhol. No lado norte da América do Sul estabeleceram-se as Guianas Francesa, Inglesa e Holandesa, a presença dos idiomas: francês, inglês e holandês. 


6 CONHECIMENTO

Informações geram conhecimento. Um conjunto de informações articuladas geram um conhecimento. O homem é um ser nômade que caminha em busca de alimento e conhecimento. As navegações produziram um conhecimento com informações coletadas no caminho.

O conhecimento da enfermagem moderna surgiu na Inglaterra com Florence Nithingale, que participou da Guerra da Crimeia, implantando seus conhecimentos e suas ideias, no cuidado e no tratamento, com os soldados feridos. Seus conceitos ingleses migraram para os Estados Unidos, e a partir de lá chegou ao Brasil, por missões de ajuda a partir de convênios entre o Brasil e os EUA.

A partir de pesquisas entre os Estados Unidos e a Inglaterra foi desenvolvido um tipo de linha extremamente forte e resistente, a qual se deu o nome de Nylon, em homenagem aos dois países participantes da pesquisa, com NY de New York, e LON de Londres.  O maior navio de passageiros construído em décadas passadas tinha como linha inaugural o trajeto entre dois países e dois continentes, de Liverpool na Inglaterra à Nova Iorque nos EUA. Aviões importantes para um uso comercial são afamados e categorizados pelo tempo que podem fazer o percurso Nova Iorque-Londres. Concorde o avião supersônico de uso comercial primeiro cobriu a linha entre as duas cidades de idioma inglês para em tão depois cobrir outras como Paris-Rio de Janeiro. A moda é ditada por uma passarela internacional a partir de, e entre: Roma – Paris – Londres – Nova Iorque. Para então depois influenciar as tendências de outros países.

E até hoje existe uma linha forte entre a Inglaterra e os EUA. Uma linha invisível onde hoje predomina o conhecimento, para então depois percorres outros espaços.


7 TRANSPORTES

Com os automóveis percorrendo as cidades surgiram as placas de transito estabelecendo regras dos espaços a serem utilizados: onde estacionar; qual velocidade máxima a percorrer; preferencias em um cruzamento.

Com a melhoria das estradas e maior velocidade dos veículos novas placas de sinalização foram criadas. Placas maiores de cor amarela que podem ser visualizada a uma certa distância. O mundo já ganhava símbolos e velocidades que só foram melhor percebidas a partir do uso da internet.

Com os aviões outras regras e critérios foram estabelecidos a partir do conhecimento existente. Da mesma forma que se criou vias para os automóveis foram criadas as aerovias para os aviões, com espaços para velocidades, direções e alturas diferentes. Regras de pouso e decolagem. Preferencias de embarques e desembarques. 

Hoje convivemos com enormes navios transatlânticos e grandes aviões intercontinentais, capazes de levar grandes quantidade de passageiros de um hemisfério ao outro. Criam-se novas tecnologias, mas as anteriores não são esquecidas. Há pessoas e passageiros com interesses diversos e possibilidades diferentes para chegar a um destino. 

Em breve o homem abandonara o planeta e os critérios de embarque e deslocamento já estão sendo estabelecidos.


8 TODA MISTURA GERA UM RESULTADO

Aprendemos nas aulas de química que existem misturas homogêneas e misturas homogêneas, aprendemos que existem líquidos miscíveis e líquidos imiscíveis, os que se misturam e os que não se misturam.  Uns podem ter mais viscosidade que outros. Alguns se misturam com facilidade e outros com dificuldade. No estudo da física aprendemos que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço e que para toda ação há uma reação igual e em contrário.

O mundo gira, as correntes migratórias acontecem entre os continentes e entre os países; entre estados e cidades. Entre grandes regiões e pequenas regiões. As miscigenações entre povos e raças acontecem. As ideias e os comportamentos se misturam e criam novos resultados. Há de se esperar um resultado final de todas as misturas, imigrações e miscigenações. Guerras deixam mortos e feridos, alterações e influencias diversas de ambos os lados. 

Há um vencedor bélico, mas também pode haver um vencedor cultural, com influencias tão sutis que mal pode-se determinar. Ainda hoje convivemos e praticamos heranças indígenas que não estavam registradas em livros e bibliotecas.


9 FINALIZAÇÃO

Depois de anos de existência da humanidade. Depois do homem superar distancias com transportes criado. Um resultado de unidade haverá de ficar. Algo comum a todos restara. O homem trocou mercadorias, conheceu novos sabores. Misturou ideias e temperos. Construiu um conhecimento. Criou regras para si mesmo. Regras de convivência em um mesmo espaço. Regras que atendam povos, religiões, raças e deficiências; idades e imaturidades. 

Há um conhecimento inscrito, escrito e descrito nas ruas. Um conhecimento direcionado a todos, sem distinção de cor ou credo, ciência ou religião.
 

10 APÊNDICES



TEXTOS DE KOMUNOKOLOGIA
http://www.publikador.com/sociologia/maracaja/2015/05/komunikologia-em-odontologia/
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/01/uma-komunikologia-no-militarismo/
http://www.publikador.com/receitas/maracaja/2014/12/komunikologia-dos-alimentos/
http://www.publikador.com/meio-ambiente/maracaja/2014/10/komunikologia-em-seguranca-publica/
http://www.publikador.com/saude/maracaja/2014/08/komunicologia-em-farmacologia-kf1/

OUTROS TEXTOS
http://www.publikador.com/author/maracaja/ 

BREVE CURRÍCULO

o Reiki Master & Karuna Reiki Master
o Desenvolvedor de Komunikologia
o Jornalista Cientifico (FAPERN – UFRN – CNPq)
o Escritor inscrito na FUNCARTE – Natal/RN
o Sócio Efetivo do IHGRN – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
o Sócio Efetivo do INRG – Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia.
o Prêmio Destaques do Mercado de Informática 2013. 1° lugar na Categoria: Colunista de Informática. Informática em Revista – Natal/RN.
o Prêmio Destaques do Mercado de Informática 2014. 1° lugar na Categoria: Colunista de Informática. Informática em Revista – Natal/RN.
o Prêmio Destaques do Mercado de Informática 2014. 2° lugar na Categoria: Segurança da Informação. Informática em Revista – Natal/RN.  

Texto disponível em:

http://www.publikador.com/outras/roberto-cardoso-(maracaja)/sanduela-de-mortandiche-com-coquerante-de-refricola-1

file:///C:/Users/Roberto/Desktop/J%20U%20N%20H%20O/397%20Sanduela%20de%20Mortandiche%20com%20Coquerante%20de%20Refricola%203.pdf

http://www.publikador.com/outras/roberto-cardoso-(maracaja)/sanduela-de-mortandiche-com-coquerante-de-refricola-1

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