segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Um conhecimento que circula pelas ruas (1)

Um conhecimento que circula pelas ruas (1)



A palavra natal traz o significado do nascimento de alguém; um natalício. Diz respeito ao nascimento e ao renascimento. As cidades e as sociedades são formadas por pessoas. E pessoas, ideias e cidades um dia nascem. Ideias e cidades nascem ou renascem com novas visões e novas interpretações, com novas e outras pessoas, participando, reinventando e inovando. E um conhecimento vem surgindo pelas ruas. Não tão recente, e não a partir de Natal/RN, mas sendo necessário que Natal/RN o reconheça, interprete, reinterprete e o respeite, para um novo renascimento. Para que avance nos novos conceitos de conhecimento, informação e comunicação, que circulam pelas ruas, e até na palma da mão.

A capital do RN, a cidade do Natal, ao longo de sua história passou por ocupações e invasões; migrações e imigrações; nascendo e renascendo com as influencias deixadas e absorvidas por outros povos, de outras cidades e de outras nações. Natal vive e revive com influencias vindas de outras terras, associadas ao povo e a cultura local, esta sempre em mutação. E Natal/RN a capital, é um local onde tudo recomeça e todos renascem. Surgem ideias e criam-se limites entre a Barreira do Inferno e o Trampolim da Vitória. Um espaço entre a ponta do Cotovelo e a ponta do Calcanhar, passando pela ponta da Canela. O mundo representado nas costas de um elefante. Um lugar para lançar novas ideias, quebrando as barreiras dos conhecimentos e dos desconhecimentos, com pipas e Pipa. 

As chamadas pinturas rupestres, comuns no interior do RN, tinham como objetivo um conhecimento ou uma informação, a ser transmitida. Informações e conhecimentos, que poderiam servir aos que estavam ali presentes enquanto eram grafadas as imagens sobre a rocha (matriz arqueológica); poderiam servir a um grupo reunido depois de formada a grafia, diante um facilitador e comunicador. Como também poderiam ser destinadas aos próximos elementos de um grupo que ali um dia viessem a passar. Andarilhos, exploradores, caçadores ou simples coletores de frutos silvestres. Pessoas de um mesmo grupo que pudessem entender seus significados ali estampados. Quadros de avisos é algo comum em empresas, quartéis e escolas, normalmente localizados em corredores para informar aqueles que por ali passem, tal como a matriz arqueológica, modernizada e atualizada. 

Ainda hoje professores escrevem em paredes para que o grupo presente em sala de aula compreenda os significados dos aprendizados transmitidos, por textos e símbolos colocados pelos professores sobre a lousa. Ao longo de uma história didática os professores já escreveram nas paredes com giz e com canetas hidrográficas, a matriz arqueológica atualizada, de acordo com um tempo e um momento. 

Hoje com uma tecnologia, professores e palestrantes, podem projetar as imagens desenhadas, planejadas e desejadas sobre uma tela ou uma parede. Professores e conferencistas ainda podem disponibilizar a gravação de suas informações em pen-drives, ou enviar por e-mail. Para que outros grupos em outros lugares também compreendam, interpretem e entendam as ideias e os significados apresentados. 

E a matriz arqueológica atualiza-se novamente, e pode ser observada em outro plano, como uma tela de computador. A mídia ou o meio de transferência de informações ganhou mobilidade. Saiu de um elemento estático, desde o uso do papel, transportável entre um local e outro. A tecnologia avança, mas não esquece seus elementos e modelos anteriores. Com o papel e sem projetores, já foi usado o flip-chart, em aulas e palestras.

Assim como povos antes dos limites reconhecidos como o período histórico deixaram marcas e escritas em cavernas e paredes de pedras, para outros caminhantes, a sociedade vai deixando informações em ruas e calçadas (outra nova matriz), para outros que ali vão passando. Enquanto no passado a mídia poderia ser uma rocha, tal como uma parede ou um piso, hoje a mídia tem o cimento e o asfalto, que vão deixando marcas, com informações pelo caminho. A evolução e a tecnologia de hoje, permitem informações verticais e horizontais.

Sobre o asfalto ou sobre o concreto das calçadas (horizontais) há informações que deixam e transmitem uma informação ou um conhecimento. Em postes e estacas com placas (verticais), outras informações e outros conhecimentos. Informações e conhecimentos que são validos para este momento. Informações codificadas com uma maior amplitude de entendimento e reconhecimento. Muitos grupos já conhecem e reconhecem as informações escritas e inscritas nas ruas. Uma linguagem com um reconhecimento internacional. 

E Natal sempre renascendo precisa aprender, reconhecer e respeitar esta linguagem escrita nas ruas e calçadas. Não são informações de um grupo ou de outro grupo andarilho, mais informações geradas por uma sociedade, com um respaldo do poder publico, que grafa as informações. Símbolos e siglas de informações que preservam o espaço de pequenos grupos, ou grupos distintos. Criando respeito entre diferentes grupos, como estratégias de deslocamento e convivência.

A sociedade atual já não vive em cavernas e não transita por trilhas e atalhos. Mas vive em casas e apartamentos e transita por ruas e calçadas. Mudaram os conceitos e os modelos de habitação e locomoção. Mudaram hábitos e sistemas de proteção. Mudaram-se armas e equipamentos para as atuais locomoções. E uma linguagem com símbolos (komunikologia), vai sendo inserida nas ruas e avenidas, passeios públicos e calçadas. Informações para que os próximos transeuntes possam saber quais espaços são reservados a outros, e os quais a ele é destinado. O que é possível fazer e o que não é possível fazer, sem incomodar ou atrapalhar o próximo.

Símbolos que determinam e classificam um poder de acessibilidade, respeitando aquele com limitações de mobilidade. Alem das limitações de mobilidade de um portador de limitação de locomoção, um pedestre também tem uma limitação de mobilidade diante um veículo automotor. São diversos grupos e diversas são as necessidades, coletivas ou individuais.

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN em 18/01/2015

Publicado em 19/01/2015 no Jornal de Hoje - Natal/RN

komunikologia



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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Uma komunikologia no militarismo.



Uma komunikologia no militarismo.


Já foi escrito e publicado um livro com o título “O Corpo fala”. E outros livros seguiram o mesmo caminho. Interpretando modos, hábitos e costumes, poses, jeitos e trejeitos. Cada qual tentando interpretar uma linguagem emitida pelo corpo. Tentando interpretar um conhecimento oculto ou tentado ser escondido. Uma tentativa de descobrir uma komunikologia, um texto simbólico, sem palavras e sem fala.

E um fardamento militar pode falar também. A farda que torna todos os soldados iguais, a farda que encobre o corpo de um soldado, tentando esconder sua fala. A farda que unifica os corpos tornando-os corpos comuns. Cria um conjunto de corpos formando as corporações militares. A farda tem uma mensagem inscrita e escrita. Entre as posições de sentido e descansar. Do comando de fora de forma ao comando de marchar. Entre insígnias, faixas e adereços; nomes, postos, cargos e patentes, as fardas tem uma informação a declarar.

A primeira mensagem de uma farda é a qual corporação pertence. As forças militares (Exercito, Marinha ou Aeronáutica), com as cores das matas, dos céus e das espumas das ondas; ou as forças auxiliares (Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros), com cores que podem lembrar neutralidade e paz, perigo e fogo. E a partir daqui cada soldado, da força militar ou da força auxiliar começará aprender a interpretar as informações contidas nas fardas da sua corporação. Como saber interpretar se aquele que veste a farda é um oficial ou um não oficial, na maioria das vezes conhecidos como praças. Graduados e não graduados, aprendendo a identificar, oficiais subalternos e oficiais superiores, chegando aos oficiais generais. 

Em uma guerra ou batalha todos podem ser considerados como soldados. Tem a obrigação e o dever de estar fixados em locais para onde foram designados. E um soldado é formado com o conhecimento de que diante um oficial deve ser apresentado. Devem oferecer maiores esclarecimentos e informações, que não constam em seu armamento ou fardamento. Informar seu nome, sua patente e seu número. Informar a que batalhão ou grupamento pertence. As patentes de um cabo, um soldado ou sargento, com um número de divisas, estão à esquerda e â direita, nas mangas das camisas e gôndolas dos uniformes. Em uma posição frente e à frente, estão fora do alcance dos olhos do oficial. 

O soldado desde o alistamento obedece a uma estatura mínima definida, O soldado em posição de sentido, frente a frente ao oficial, poderá avistar as divisas no uniforme do oficial, localizada sobre seus ombros. Enquanto um soldado sempre estará em pé e em posição de sentido, diante ao oficial, ao se apresentar; o oficial comandante a sua frente poderá estar sentado. Outras informações podem estar contidas na frente do uniforme do oficial, como insígnias e brevês, medalhas e condecorações. 

Os soldados, os cabos, e os sargentos têm suas divisas de patentes e símbolos de suas atividades ou especialidades localizadas em seus braços, para que no campo de batalha, olhando e atirando na direção onde esta o inimigo, reconheçam aquele que está ao seu lado. E seus amigos e companheiros precisam estar dentro de seu campo visual.

Soldados reformados e militares aposentados, depois de anos de batalhas ou anos de caserna podem não reconhecer aqueles que estão ao seu lado. Não conhecem o paisano ao seu lado, já que não usam uniformes, nem tem suas patentes e especialidades identificadas. Um elemento sem patente e sem uniforme, ou com um uniforme diferenciado ao seu lado, pode ser um inimigo infiltrado.

A posição mais comum, conhecida por militares e não militares, a posição mais simples do militar é a posição de sentido. Uma posição imóvel, onde deve estar atendo aos seus próprios sentidos. Principalmente o sentido de ouvir, saber identificar de onde pode vir a próxima ordem de comando. Um comando verbal de quem esta no comando da tropa ou de um toque de corneta, e até comandos efetuados com um apito. Desde cedo são habituados a ficar com sentidos atentos aos toques de comando, por cornetas ou apitos, que podem ser mais bem identificados no meio de uma batalha, ou em meio a um nevoeiro ou uma tempestade.

A passagem de comando de uma tropa é passada com as tropas em posição de sentido, em uma posição estática. Em um silêncio total para que os soldados formados e perfilados possam ouvir e depois reconhecer uma nova voz, a que substitui a anterior que estava no comando da sua tropa. Em posição de sentido só um mosquito pode zumbir. E mentes ficam com pensamento positivo, atentas aos acontecimentos. Um pensamento positivo impedindo que o mosquito chegue a seus rostos descobertos, colocando em risco seus próprios sentidos.

Quando uma tropa é passada em revista por um oficial mais graduado, é o momento que o militar perfilado tem a oportunidade de obervar mais proximamente aquele oficial condecorado. Com corpo imóvel e olhos atentos, podem acompanhar os movimentos do oficial que circula entre as colunas e fileiras, da corporação formada. E para aproveitar este momento devera estar com seu uniforme impecável, rosto limpo e asseado.

E mais informações podem estar contidas nos uniformes. Há uniformes diferentes para ocasiões e momentos diferentes. Uniforme de educação física, uniforme de instrução militar, uniforme de expediente, uniforme social e uniforme de gala. Cada modelo de uniforme poderá contar com algumas variações, permitidas e determinas por regulamentos. Com acessórios diferentes poderão ter modelos de roupas e armas diferentes E cada qual poderá portar uma arma diferente, de acordo com o momento e ocasião. Um fuzil com um uniforme de instrução, um revolver ou uma pistola para um uniforme mais burocrático e social. E um espadim em um uniforme de gala, criando uma visão mais elegante. Um traje elegante com uma arma mais elegante e mais social, admitida em uma festa, cerimônia ou solenidade. 

Uma celebração de casamento de um amigo ou colega oficial, realizada em uma igreja, outras armas podem ser admitidas e permitidas, como as espadas. Em determinado momento do cerimonial, os amigos do noivo ficam frente a frente. E as espadas são empunhadas e cruzadas no alto para que os noivos passem por baixo, de um caminho formado. Uma espada lembra o símbolo da cruz, e a defesa da cruz. Espadas que se cruzam formam uma nova cruz, e cruzadas na igreja indicam um novo caminho ao novo casal. Entre a cruz e a espada. 

E antes de entrar pelo caminho formado pela cruz e pela espada, os noivos já fizeram alianças.