Avião
midiático (parte 2)
Uma lição de komunikologia
(Fly two)
Hélices deram os primeiros
impulsos e movimento à navegação marítima e a navegação aérea. Ao longo da
evolução histórica da propulsão, transformaram-se em jatos e turbos, foguetes e
reatores, para dar novos impulsos à navegação marítima ou fluvial; aérea ou
espacial.
Navegadores elaboraram mapas,
percorrendo e descrevendo litorais marítimos, com acidentes geográficos. Estabeleceram
marcos de referencias, bem como as suas características e coordenadas. A partir
da cruz do mastro, lembrando um eixo, o eixo cartesiano, traçaram destinos e
rumos. O mastro traçava destinos no céu a partir do convés, e os instrumentos
de desenho traçavam destinos sobre um mapa na cabine do comando.
Enquanto a cruz do mastro cedia
espaço para uma vigília e apontava para o céu, esquadros sobre a mesa do
comando calculavam e apontavam uma direção em um mapa. Enquanto o mastro como
um taco de bilhar tentava acertar as estrelas, como pontos brilhantes no céu, uma
régua traçava pontos no mapa. O mastro descrevia círculos no ar e o compasso
descrevia as curvas de navegação.
O conhecimento geográfico
foi criado observando a geografia terrestre, com viagens, excursões e epopeias,
para depois ser levado para dentro de escolas e universidades. Com a geografia
de hoje constrói-se a historia que será contada no amanhã.
Geógrafos e navegadores,
como desbravadores e descobridores, criaram mapas e cartas com objetivo de
facilitar a navegação dos próximos navegadores. Tal como escoteiros marcam
caminhos em trilhas nas matas e florestas, indicando a direção aos que vem
atrás. Geógrafos e navegadores observaram
o relevo e a vegetação, classificaram os animais, diferenciando uma paisagem da
outra. Fizeram anotações simbólicas sobre uma mídia gráfica. E assim se pôde
evoluir a ideia dos escoteiros que marcavam o caminho pelo próprio caminho
percorrido. Com cartas e mapas foi possível levar consigo todas as marcações
que poderiam ser feitas e encontradas pelo caminho a ser percorrido.
Todo conhecimento evolui sem
esquecer ou desprezar os anteriores. Escoteiros podem ter mapas e continuar a
marcar os caminhos e as trilhas. Militares podem não ter mapas e precisar a
continuar a marcar os novos caminhos. Escoteiros e militares podem reconhecer
estrelas e determinar direções. Podem conhecer rotas de aviões e determinar uma
direção olhando para o céu. Reconhecem a direção do vento e calculam uma
direção rumo ao mar.
Um avião cruzando o céu pode
oferecer diversas informações: avião civil ou militar, com propulsão a jato ou
hélice, pertencente à marinha, ao exercito ou a aeronáutica. Um avião civil
permite pelas suas cores e emblemas, conhecer seu país e empresa aérea, etc.
Rastros e trilhas deixados pelo avião deixam outras informações, meteorológicas
e climatológicas.
Acidentes geográficos podem
causar acidentes e incidentes à navegação. Mapas e cartas geográficas possuem sinais
para saber como navegar: aonde ir e como voltar, quais os perigos encontrados,
e estratégias para serem enfrentados. “Quando navegares por aquele local abra
bem os olhos, abra os olhos, abrolhos”. E assim surgiu o nome do arquipélago de
Abrolhos. Local perigoso para a navegação em caravelas sujeitas a mudanças de
ventos diante formações rochosas. O arquipélago de Abrolhos esta marcado em
cartas náuticas e aeronáuticas.
Com as ideias das
construções e elaborações das primeiras cartas náuticas, estabeleceram-se regras
e conceitos para as cartas geográficas e aeronáuticas. Altitudes e elevações em
torno de uma pista de pouso precisam estar registradas nas cartas de navegação
aérea. Perigos físicos estão marcados e devem ser contornados. Como um perigo
existente e como um obstáculo físico presente.
Uma característica da
navegação marítima e seus navegadores é procurar abrigos naturais para
ancoragem. Abrigos que podem ser denominados geograficamente de angra, enseadas
ou baias: por exemplo, Angra do Reis no Rio de Janeiro (RJ), e Baía de Todos os
Santos, na Bahia (BA). Rios que desembocam no mar eram sinais de abrigos para
embarcações, desde a época das grandes navegações e os descobrimentos marítimos.
Uma lição aprendida em casa no rio Tejo.
Rio Grande do Norte (RN),
Rio de Janeiro (RJ) e Rio Grande do Sul (RS), foram nomes criados a partir de
uma ideia de serem grandes rios desembocando no litoral. A Lagoa dos Patos no
Rio Grande do Sul; o Rio Potengi no Rio Grande do Norte; e a Baia de Guanabara
no Rio de Janeiro, por ter sido descoberta ou identificada no mês de janeiro,
imaginado ser a desembocadura de um grande rio.
Ao longo da história da
navegação descobriram-se locais seguros para abrigar embarcações e
construíram-se portos. Cidades que se tornaram mais povoadas e tinham uma
infraestrutura para receber navios, por evolução e histórico podiam também receber
aviões, facilitando um intermodal. Começaram sua historia na aviação com pousos
de hidro aviões. Cidades com portos foram cidades ideais para instalação de aeroportos.
Construíram-se pistas e hangares nas tais cidades, ofertando pouso e abrigo aos
aviões e aviadores. Na tal cidade capital norte-rio-grandense é um exemplo
marcante, com historias e memórias. Na tal cidade por um tempo foi referenciada
e versada, por ter em cada rua um poeta e em cada esquina um jornal.
A cidade de Natal/RN começou
sua história na aviação com o pouso de hidroaviões que vinham de outros
continentes, podendo fazer uma escala em Fernando de Noronha. Como os primeiros
aviões não tinham uma grande autonomia de voo para atravessar oceanos tornou-se
viável e indispensável o uso de hidroaviões, para assim cobrir grandes
distancias, com maior velocidade que os navios, e com a facilidade de pouso em
águas abrigadas.
E novamente os portugueses
participaram das primeiras navegações, dos primeiros voos de navegação aérea,
como Bartolomeu de Gusmão, o inventor do aeróstato (1710). Sacadura Cabral e Gago
Coutinho, lembrados em nomes de ruas, no Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro/RJ ─
19/09/2014
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