Komunikologia
em Segurança Pública
Desde há muito tempo nos
espaços rurais, moradores próximos aos engenhos, sabiam reconhecer o apito do
engenho chamando para trabalhar. Em áreas industriais eram (ou ainda são) os
apitos de fabricas que convocavam ou convocam trabalhadores para iniciar a
jornada de trabalho. Apitos diferenciados e fora de uma hora tradicional,
podiam e podem informar uma anormalidade, um incêndio ou falta de matéria-prima
em uma caldeira que não podia ou não pode parar.
O dia começa com uma
alvorada de pássaros e com os primeiros raios de Sol desfazendo a escuridão. Uma
informação sonora e luminosa. Para os que acordam antes do Sol nascer, o galo também
já emitiu sinais sonoros. Muitos moradores do interior atribuem ao som emitido
pelo jegue ou jumento, um anunciar de horas. Os despertadores podem também emitir
sons e luminosidades, dependendo de uma programação, um acordo entre o
equipamento e o usuário.
Por muito tempo em cidades
do interior, os sons dos sinos transmitiam uma informação ou um conhecimento. O
anuncio das horas, a convocação para a missa, e a informação de um batizado ou casamento.
Um falecimento ou uma missa de sete ou trinta dias, para habitantes antes já falecidos.
O apito do trem, do vapor e
do navio. Anunciam uma chegada ou um horário de partida. E assim vai-se
construindo um significado para os sons. Uma komunikologia para transmitir uma
informação ou um conhecimento, para todos aptos e atentos com a sua audição. Na
ausência da visão é a audição a principal ferramenta, de conhecimento e
informação.
As ruas são espaços
destinados a todos. Ruas, praças, alamedas, avenidas; estradas e rodovias. São
espaços controlados por administrações publicas, com uso irrestrito de usuários,
munícipes, eleitores e cidadãos. Pelas ruas, estradas e avenidas, existem cores
e símbolos, horizontais e verticais, transmitindo uma informação.
O som pode não se propagar
no espaço onde há vácuo. Mas muitos sons se propagam pelos espaços públicos. Sons
que poucos podem saber identificar. Os reconhecimentos dos sons acontecem ao
longo de um tempo, com o uso da audição e associação dos fatos aos
acontecimentos, e fatos acontecidos, após a audição do som. O som de um veículo
ao freiar pode levar um pedestre em travessia, olhar para o sinal para conferir,
se está aberto ou fechado. Com o som de uma freiada brusca, pode deixar alguém atento
ao esperar outro som seguinte. Como um veículo batendo em outro, ou em um obstáculo
físico como um poste ou uma parede.
E outros sons acontecem
pelas ruas, que ao saber reconhecer podem facilitar uma ação policial ou a
remoção de um ferido ou doente. Um resgate de almas e vidas.
Sons de Polícia Civil ou Polícia
Militar: indicam uma ação policial. Convém procurar um local seguro, pois não
se sabe que tipo de ação policial poderá estar acontecendo. Uma perseguição ou
um chamado de socorro, a um evento em andamento. Outros carros de policia podem
surgir, ou mesmo um carro desgovernado e em fuga. Sons das sirenes de bombeiros
anunciam um incêndio ou um regate de feridos. Convém liberar áreas para acesso
a hidrantes e casas de força para facilitar a ação dos soldados do fogo.
Sons de serviços de resgate
e assistência médica de urgência (SAMU), ou mesmo ambulâncias de hospitais e ambulâncias
particulares, convém abrir espaço para sua circulação. Abrir espaço para ação
de médicos e paramédicos. Liberar locais para estacionamento com espaços e locais,
para ação de extricação e para desencarceramentos.
Em todos os casos, quem
dirige pelas ruas e avenidas procura dar espaço para que as viaturas possam
trafegar livremente e chegar aos seus destinos. Para a maioria dos brasileiros,
o som de uma sirene indicando um ataque aéreo é um som restrito a filmes de
guerra.
O novo sistema de transporte
BRT além de destinar um espaço exclusivo para veículos de transporte coletivo,
facilita e proporciona o trânsito de viaturas de socorro evitando aglomerações e
engarrafamentos. Já é comum ver ambulâncias circulando pelas pistas do BRT.
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