Quatro e Quarenta, Quarentena
e Quaresma
São quatro os elementos
fundamentais: água, terra, fogo e ar. Quatro são as estações do ano. Também são
quatro as principais direções geográficas (norte, Sul, leste e oeste). E quatro
pontas tem uma cruz, tal como as diagonais de um quadrilátero, que tem quatro
lados e quatro pontas.
O resultado de uma formação,
por duas retas que se cruzam identificando um ponto de intercessão entre elas. A
cruz mostra quatro direções; direta ou esquerda, o Céu e a Terra. Cada cruzamento
entre duas ruas lembra uma cruz, e mostram quatro direções.
Postes espalhados pelas
ruas, que originalmente lembram a forma de uma cruz, e podem possuir uma luminária
ou uma lâmpada, o símbolo das ideias e a solução para a escuridão. A partir da
luz chegam as ideias. Deus criou a luz e viu que ela era boa, e depois fez
novas criações, a partir de uma ideia, a partir de uma iluminação.
Postes levam energia elétrica
e sinais telefônicos, por seus fios e cabos, fixados e apoiados. A tecnologia necessária
de suporte, para transmissão da informação e do conhecimento. Há um conhecimento
oculto em cada duas retas que se cruzam. A igreja cultua o mistério e a
simbologia da cruz. Duas retas se encontram no infinito, pares de fios seguem
paralelos sobre os postes para levar uma informação ao infinito. Como ciência e
religião também se encontram no infinito.
Há uma simbologia e um
conhecimento por traz do numero quatro, com suas proporções e suas variantes ortográficas
e arquitetônicas. O numeral que forma uma cruz e duas diagonais. Quadrados, retângulos
e losangos; trapézios e quadriláteros.
Com esquadros e réguas engenheiros
traçam suas retas. Um dia a cruz alçou voo. Aviões em forma de cruz cruzam os céus
transportando conhecimento. Passageiros viajam levando um conhecimento e
retornam portando um novo conhecimento, a partir de novas visões e novas interpretações,
observadas e vivenciadas nos seus destinos e desembarques.
Moisés passou quarenta anos peregrinando
pelo deserto. Jesus passou quarenta dias vagando no deserto. Cada um deles
viveu o seu deserto. Um deserto físico e geográfico, e um deserto mental. Geografia
e psicologia, com a anatomia e a biologia do corpo humano. Desertos que trouxeram
visões e missões a cada um deles. Enquanto Jesus e Moisés fizeram sua
quarentena no deserto, Antonio Conselheiro fez a sua pelo sertão. Moisés conduziu
um povo, Conselheiro reformou igrejas e cemitérios por onde passou. E Jesus fez
as suas reflexões, tal como Moisés e Antonio Conselheiro, também fizeram. Cada
qual com as suas quarentenas e suas geografias. E cada um deles adquiriu
conhecimentos em seus caminhos. Depois de seus desertos e sertões voltaram e se
fixaram; acomodaram-se em um povoamento, para transferir seus conhecimentos.
Navios com ocupantes
infectados são colocados em quarentena quando chegam a um porto, e quando provenientes
de regiões contaminadas. Quando há uma suspeita de epidemia à bordo, uma
suposição ou suspeita de que seus ocupantes e seus tripulantes estejam
contaminados, a quarentena é uma estratégia de prevenção. O tempo suficiente
para uma cura ou manifestação.
Nos tempo das mesinhas e dos
chás, com ervas e raízes, com purgantes e laxantes. Quarenta dias eram
indicados para uma convalescência de pós-parto ou pós-infecção. Um tempo necessário
para uma recuperação em um momento pós-traumático. Doentes e convalescentes ainda
passam por quarentenas, para vivenciar as emoções proporcionadas por doenças e
isolamentos. Símbolos físicos associados a símbolos mentais, a doença é o
caminho para a cura.
O tempo da quaresma vai da Quarta-feira
de Cinzas até a Quinta-feira Santa. É formada pelos domingos da quaresma, e o
quarto domingo recebe o nome de domingo da Alegria. O período de quaresma é repleto de símbolos
pelas ruas, supermercados e igrejas. Quarenta dias cheios de símbolos e conhecimentos.
As ruas, os mercados e a lojas se enchem de símbolos que identificam e
transmitem um conhecimento. A páscoa marca um ritual de passagem para novos acontecimentos
e conhecimentos.
O domingo que antecede a Páscoa
é o Domingo de Ramos, relembrando o dia em que Jesus entrou festivamente em Jerusalém,
pouco antes de sua morte, quando ia comemorar a páscoa, com seus discípulos. E nos
dias de hoje é possível ver pelas ruas, pessoas saindo da igreja com um ramo na
mão, depois da missa dominical. Ao entrar na cidade Jesus foi aclamado pela população,
que acenava agitando ramos de oliveiras e palmeiras. Na festividade denominada
Panatenéias (Mitologia), em honra de Minerva (a deusa do conhecimento), os velhos
traziam na mão ramos de oliveira, em procissão solene, com a participação de
pessoas de outras idades.
A pomba considerada símbolos
de paz, harmonia, fraternidade, amor e amizade, esta representada pela colomba
pascal em forma de alimento sobre a mesa. A pomba serviu de um canal de informação
conhecimento para Noé. Os ovos de páscoa, com seu modelo mais comum, feito de chocolate
e recheado de balas e bombons, representam o símbolo da vida nova, o que esta
prestes a nascer.
O vinho simboliza o sangue
de Cristo, enquanto o pão representa o seu corpo. Os vinhos provem das uvas que
podem ser pisadas, para extrair seu sumo, um caminhar sobre as uvas. As uvas unidas
em seus cachos perfeitos lembram a forma de um coração. E as uvas
separadamente, brancas ou rosadas, lembram os glóbulos brancos e vermelhos que
circulam no sangue. O pão que é consumido diariamente é um símbolo constante na
igreja.
Natal/RN
Roberto Cardoso (Maracajá)